quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O caminho trilhado pela educação


PRO DIA NASCER FELIZ, um filme (documentário) de João Jardim, nos conduz a algumas reflexões, dentre elas os possíveis caminhos a serem trilhados na educação!
“... Acho que ser professor e tá envolvido mesmo com a profissão, com eles, com os alunos e tal é uma carga física e mental muito grande...”

(Depoimento da Profª. Celsa, E.E. Parque Piratininga II)

O documentário de João Jardim “Pro dia nascer feliz” inicia com imagens de manchetes como: “Na Cidade Sem Escolas Jovens Escolhem o Crime” e “Preocupa o País o Problema da Juventude Transviada” e faz o seguinte questionamento “... a culpa será da juventude dita transviada ou somos nós que não lhes oferecemos um caminho?” e em seguida faz um paralelo da educação nos pais entre 1962 e a construção do documentário 2004/2005.

Em “Pro dia nascer feliz” é possível visualizar os diferentes cenários encontrados na rede educacional brasileira, percorrendo caminhos desde aquelas escolas que não tem sequer o indispensável: saneamento básico, verba pública e transporte até a rede privada de educação que supostamente deveria suprir de forma global seus estudantes. Enquanto visitamos estes cenários nos deparamos com situações que estão longe de serem exceções, alunos não possuem um transporte minimamente descente, professores que demonstram seu descaso e desinteresse através de faltas freqüentes, estudantes que possuem um talento particular, mas são desacreditados, influencia de problemas sociais e familiares. No outro lado da moeda, vemos depoimentos do corpo docente que alegam falta de estrutura por parte do Estado, desinteresse dos estudantes, ambiente social e/ou familiar.

Personagens como Valeria (16 anos) nos impactam com a revelação de seus sentimentos. Esta diz: “... aqui na maioria das vezes, agente não tem nem chance de sonhar...”. Valéria alega que alguns dos seus trabalhos escolares como na disciplina de português não são aceitos pelos professores que não acreditam que ela criou sozinha o texto. Isto também não é uma exceção no documentário que mostra do início ao fim momentos em que professores, sejam de disciplina como matemática, história, inglês ou até mesmo português, não falam a mesma língua. Encontramos personagens frustrados dos dois lados da estória, ambos não conseguem fazer uma interação real e legítima.

O depoimento da professora Celsa, em destaque no inicio desta resenha, trata-se mais de um desabafo da educadora que além da aula de literatura, coordena um projeto dentro da escola e diz procurar apoio psicológico. “... é uma carga física e mental muito grande...” diz ela. E é esta “carga” que ela cita que nos faz refletir sobre a questão inicial do filme. Esta “carga” de Educação no Brasil cabe apenas aos educadores? O problema é a juventude atual? A responsabilidade é do Estado? Por que a rede privada acaba também não dando conta do seu papel? Neste cenário qual é o papel da família? Ela está isenta? O ideal não seria que todos os personagens do panorama educacional assumissem sua cota de responsabilidade?

Durante todo o documentário sentimos uma necessidade e curiosidade em responder a pergunta inicial: De quem é a culpa? E o que se conclui é que em cada cenário nos vemos diante de respostas diferentes e novos questionamentos.

Pro dia nascer feliz” traz uma riqueza de informações, alertas e aprendizados principalmente para aqueles que desejam trilhar o caminho do ensino. E a questão é justamente esta: o caminho. Como publicado na revista Sociologia a educação pode trilhar por vários caminhos, levando a diversos alvos. A escolha deste caminho e quem fará esta escolha, é um ponto subjetivo que certamente o documentário poderá ajudar a responder.

“A educação, partindo de parâmetros analíticos de sua aplicação, pode se apresentar em pontos extremos. Por um lado, é aplicada de uma maneira que promove a base reflexiva possibilitando a emancipação do pensamento, porém, a educação também pode ser usada de uma maneira manipuladora, a qual restringe pensamentos em verdades absolutas oprimindo educandos.”

(Revista Sociologia nº 26, artigo: Vitória ou Derrota da Educação, pg. 16)

Fabiana Cassiano – Licenciando em Letras.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O que é ensinar?



De acordo com nosso amigo wikipédia, ensinar é: é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas.


Mas ensinar é muito mais que tudo isso. É criar uma nova realidade, criar a independência do pensar, proporcionar condições para uma reflexão crítica.

Elian Alabi Lucci, renomado escritor de livros didáticos da Ed. Saraiva, comenta que "O ensino é um processo interativo que jamais deve ser confundido com a simples instrução, mais próxima do "adestramento". A educação é, por outro lado, uma função e um serviço no qual intervém uma multidão de fatores e atores, que de forma não sempre consciente se põe a serviço do educando". Diante disso, qual seria o papel que os métodos de ensino atuais desempenham no processo educativo?

O ensino é um processo interativo que jamais deve ser confundido com a simples instrução, mais próxima do "adestramento". A educação é, por outro lado, uma função e um serviço no qual intervém uma multidão de fatores e atores, que de forma não sempre consciente se põe a serviço do educando.Desta forma, a educação do ser humano faz necessário seu profundo conhecimento, o que implica simultânea e infalivelmente uma influência em sua personalidade.

Estas observações nos fazem pensar:

A educação hoje serve para o adestramento ou para dar ao jovem uma correta visão do homem e do mundo?

Qual seria o papel que os métodos de ensino atuais desempenham no processo educativo?

Mas e quanto ao professor e ao processo ensino-aprendizagem, o que se pode dizer?

Enfim:


Ensinar não seria transformar realidades?!